Casa nova
agosto 4, 2011
O blog Gesto Ancestral está de casa nova. Agora você pode acompanhar os muitos detalhes sobre mudrás através do site www.gestoancestral.com.br. Acesse e confira o novo visual do site.
Um forte abraço!
O Autor
Magnetismo das mãos
julho 27, 2011
No geral, o magnetismo das mãos tem nas pontas dos dedos a polaridade positiva em relação aos pulsos, que são negativos. O dorso das mãos é positivo em relação às palmas das mãos. Cada dedo também possui uma polaridade específica. Os polegares são neutros em relação aos outros dedos. Brincamos dizendo que são “carentes” e que puxam para si a energia quando em contato com qualquer um dos outros dedos. Os indicadores e mínimos são negativos e os dedos médios e anelares são positivos em relação uns aos outros.
Cada mudrá faz um circuito magnético específico ao ligar os dedos e assim desencadeiam os seus resultados energéticos. É interessante notar esses efeitos após um mínimo de execução com permanência de aproximadamente cinco minutos. Como são de atuação muito sutil, o magnetismo exige concentração para ser percebido.
Mantenha o gesto durante o tempo mínimo sugerido e foque a sua atenção no tato das mãos. Sinta o fluxo da energia (prána) através da sensorialidade da pele. Se a bioenergia é uma manifestação física, pode ser percebida pelos nossos sentidos físicos e não há necessidade de nenhuma paranormalidade para sentí-la.
Magnetismo geral do corpo
julho 25, 2011
Sabemos que energia em movimento gera campos magnéticos e no corpo humano isso não é diferente. Esse magnetismo orgânico desencadeia polaridades ao longo do corpo e podemos identificá-las facilmente. De forma genérica, no corpo humano e nas mãos o magnetismo se manifesta de acordo com o quadro a seguir:
Nos homens o lado esquerdo do corpo é de polaridade negativa e o lado direito do corpo é de polaridade positiva. Nas mulheres ocorre o contrário e o lado esquerdo do corpo é de polaridade positiva e o lado direito é de polaridade negativa.
Para homens e mulheres, indiferentemente, da cintura para baixo o corpo tem polaridade negativa e da cintura para cima a polaridade é positiva. A parte da frente do corpo é de polaridade positiva e as costas são de polaridade negativa. Em ambos também a base da coluna tem polaridade negativa (múládhara chakra e kundaliní) e o alto da cabeça é positivo (sahásrara chakra).
Fisiologia pránica
julho 21, 2011
Prána é um termo sânscrito que significa bioenergia. Trata-se de todo e qualquer tipo de energia, desde que manifestado biológicamente. Prána é o substrato energético que sustenta toda forma de vida orgânica. Onde há vida, há prána. O sol é nossa principal fonte de prána, mas é aceitável supor que usufruimos também, apenas em menor quantidade, da força proveniente de outras estrelas. Este, denominamos prána cósmico e aquele prána solar.
O principal órgão de captação da bioenergia nos seres vivos é o sistema respiratório. Uma vez captada, essa força percorre o organismo por condutos de energia que recebem o nome de nadís. O termo nadí significa rio, torrente ou corrente e designam os meridianos energéticos do organismo. Tal como nossas veias, artérias e capilares fazem o sangue circular por todo nosso corpo, as nadís fazem o prána circular por nosso sistema energético.
Como as nadís são milhares de canais espalhados por todo o corpo e até um pouco além dos limites da pele, existem muitos pontos onde elas se cruzam, se bifurcam ou se unem. Nestes pontos surgem vórtices de energia chamados chakras*. Chakra significa roda ou círculo e funcionam como centros de captação armazenagem e distribuição de prána pelo corpo.
Existem apenas nas palmas das mãos 35 chakras secundários. Quando executamos os mudrás, fechamos circuitos de energia que geram novos fluxos de prána pelos braços e para o corpo todo. Podemos dizer que quando as mãos estão abertas, o prána se esvai. Quando as mãos estão fechadas, o prána se concentra. Quando as mãos estão em mudrá, o prána circula. Dependendo do mudrá adotado, a bioenergia irá fluir através de canais específicos. Logo, diferentes redes eletromagnéticas se manifestam de acordo com diferentes posições das mãos.
*Jamais pronuncie shakra, pois isso denuncia os leigos no assunto. A pronúncia correta é tchakra. Consulte o CD Sânscrito – Treinamento de Pronúncia, gravado na Índia pelo Mestre DeRose.
Condicionamento reflexológico
julho 21, 2011
Ivan Petrovich Pavlov foi um fisiólogo russo que que ficou famoso por suas pesquisas na área do condicionamento e sua influência na psicologia do comportamento humano. Foi ele quem enunciou a teoria do condicionamento clássico, baseado em seus experimentos com cães.
Sua pesquisa consistia em apresentar um pedaço de pão a um cachorro, sabendo que seu reflexo inato seria o de salivar ao ver comida. Caso fosse tocado um sino, o cão não deveria salivar, pois ele não associava o som do sino à comida. Mas durante algum tempo, Pavlov tocava o sino todas as vezes em que alimentava o cão, gerando uma associação condicionada do pão com o sino.
Após esse período de condicionamento, mesmo que o alimento não fosse mais apresentado ao cão, este salivava, antecipando o recebimento da comida. Assim ele chegou a conclusão de que existem reflexos inatos (salivar ao ver o alimento) e reflexos condicionados (salivar ao ouvir o sino, antecipando o alimento). Esse mecanismo ocorre também com os seres humanos, pois a maior parte de nosso aprendizado é feito por observação, imitação e repetição de condicionamentos. Esse processo é interessante ao tema do nosso estudo pois muitos dos mudrás atuam através de reflexos condicionados.
Quando iniciamos uma prática de SwáSthya Yôga, queremos estar mais atentos, concentrados e receptivos. Assim, colocamos as mãos em uma determinada posição e buscamos conscientemente entrar num estado mental que esteja de acordo com essa intenção. Após a repetição diária desse processo, chegará um momento em que não precisaremos mais passar por todo esse protocolo. Bastará colocar as mãos na posição escolhida e pronto! Já estaremos mais receptivos e concentrados.
O Homúnculo de Penfiled
julho 20, 2011
Wilder Penfield foi um renomado neurocirurgião que conduziu pesquisas com portadores de epilepsia durante a década de 1940. Sua teoria foi bem sucedida em casos considerados intratáveis e consistia em remover cirurgicamente as partes causadoras de ataques epiléticos do cérebro de seus pacientes, anestesiados mas conscientes.
Uma de suas descobertas foi a de que certas áreas do cérebro, ao serem estimuladas elétricamente, desencadeavam a recordação de memórias esquecidas nos pacientes. Isso conduziu a confirmação de que existe uma base física para a memória.
Penfield utilizou-se de suas investigações para mapear as relações das áreas do córtex com as partes do corpo. Ele descobriu que a área cortical possui uma correspondência muito diferente das proporções físicas do corpo. Ou seja, em alguns casos, pequenas partes do corpo correspondem a grandes áreas cerebrais, enquanto em outros casos ocorre o contrário. Após completar o mapeamento de todas as correspondências cerebrais, Penfield idealizou figuras de homúnculos, O resultado é a imagem acima que correnponde à forma humana tal como o cérebro nos “vê”.
As áreas do corpo que são notadamente exageradas nesses homúnculos são a língua e os lábios e principalmente as mãos. Durante uma classe de SwáSthya Yôga alguns alunos já relataram que, ao vivenciarem estados profundos numa excecução de yôganidrá, por exemplo, sentiram-se como se de fato seus corpos fossem deformados tal como esses homúnculos.
Sabemos que os primeiros hominídeos que apresentaram o polegar opositor o fizeram antes de terem desenvolvido completamente o neocortex. Fica claro para nós que foi o uso das mãos como ferramentas que acabou favorecendo evolucionariamente os primatas com maior área cerebral, que poderiam utilizar com mais destreza do polegar opositor. Primeiro conquistamos a ferramenta e somente depois o processamento neurológico necessário para nos valermos totalmente dela, tal como um usuário de computadores que instala programas pesados em seu hard drive e depois descobre que agora precisa comprar mais memória RAM para rodá-los.
Existe portanto no curso da nossa evolução uma relação direta entre a utilização das mãos e o desenvolvimento cérebral. Podemos então concluir que um praticante de SwáSthya que se dedique a executar gestos elaborados com as mãos irá experimentar sensações, vivências e memórias que estavam registradas em áreas adormecidas do seu cérebro, reforçando ainda mais as comprovações de Penfeld e a experiência prática dos mais antigos.
Bháva
julho 20, 2011
Bháva é um termo que não possui tradução literal. É tido como um dos nomes de Shiva, criador do Yôga, patrono do Tantra, do Sámkhya, da dança na Índia. No caso de uma prática do SwáSthya Yôga, seu significado é outro. Aqui, nos referimos ao termo bháva como sentimento profundo, reverência, atitude interior, devoção, inclinação da mente ou da consciência no momento presente. É um princípio importantíssimo que utilizamos para reforçar o resultado das técnicas. De fato, bháva é aquilo que confere poder a tudo o que fazemos. Sem bháva, mudrá não é mudrá; pújá não é pújá; Yôga não é Yôga.
Quando nos aplicamos ao máximo na execução das técnicas, quando colocamos um sentimento de profunda intensidade no que realizamos, estamos aumentando diretamente a qualidade de tudo o que fazemos. O bháva está, portanto, diretamente ligado à qualidade das nossas práticas. Quanto mais bháva, mais qualidade teremos e mais acelerada será nossa evolução no aprendizado que o Método nos proporciona.
Podemos extrapolar esse conceito para fora da sala de aula e aplicá-lo a todos momentos da nossa vida. É tentar fazer sempre tudo muito bem feito desde a primeira vez. Assim, todos instantes da nossa existencia se tornarão muito mais intensos e com muito mais qualidade.
Sankalpa
julho 20, 2011
Sankalpa, do sânscrito, significa desejo, determinação ou intenção. A intenção do resultado a ser alcançado com determinada execução é um aspecto muito importante, pois lidamos com um nível muito sutil de manifestação do organismo. Estes patamares são extremamente influenciados pela nossa inclinação mental e pelos nossos sentimentos, logo o sankalpa pode em alguns casos, definir É um aspecto que pode definir até mesmo a qual categoria uma técnica pertence.
Um exemplo célebre disso é o kapálabhati. Trata-se de uma técnica que pode ser catalogada como um pránáyáma (técnica de expansão da bioenergia através de respiratórios) ou kriyá (atividade de purificação das mucosas). O que irá definir isso é exatamente o sankalpa. Caso o praticante esteja executando a técnica com uma intenção ou desejo de expandir sua energia ou prána, ela deverá ser ministrada dentro do anga pránáyáma. Se o praticante escolher usar a técnica buscando a limpeza das vias aéreas, fazendo com que o fluxo de ar produza a desobstrução das narinas, ou ainda, ele se utilize da técnica para gerar um bombeamento de prána pelo corpo, buscando a limpeza e purificação dos meridianos, as nadís, a técnica deverá ser catalogada como kriyá.
No caso dos mudrás, é muito comum que muitos tenham mais de um efeito. Ou então o praticante deseja vivenciar mais a simbologia do gesto do que seu magnetismo. O sankalpa é o componente que irá direcionar a vivência do gesto. Esse fato contribui para nos tornar mais tolerantes! É que o mesmo gesto pode ter muitas interpretações e significados. Podemos mesmo dizer que o mesmo gesto irá produzir uma experiência diferente para cada pessoa que o executar. Claro que existe um padrão geral que se repete, mas querer afirmar contundentemente que o gesto só pode ser vivenciado de uma única forma seria um erro.
Gestos de Poder
julho 20, 2011
Mudrás são gestos simbólicos, reflexológicos e magnéticos feitos com as mãos. O termo sânscrito se pronuncia tal como se escreve, com a sílaba final tônica e jamais o contrário. Mudrá significa literalmente gesto, selo ou senha. Esse termo provém da raiz mud que significa alegrar-se, gostar.
Trata-se da linguagem gestual consciente, ou seja, posições específicas das mãos e dedos, adotadas como ferramentas de autoconhecimento. Os mudrás são técnicas que caracterizam a parte do estudo em filosofias orientais que aplicam os efeitos destas posições das mãos sobre o corpo físico, emocional e mental.
Os mudrás provém da tradição matriarcal Shakta, originária da civilização dravídica que ocupava o território indiano até seu declínio por volta de 1.500 a.C. Essa filosofia matriarcal deixada pelos drávidas possui uma forte característica sensorial e explora a incrível quantidade de receptores do sistema nervoso que possuímos nas mãos para produzir reações específicas em no psiquismo.
Estas senhas são como chaves de acesso ao nosso inconsciente e tem o poder de desencadear os mais variados efeitos. Existem mudrás para facilitar a concentração e a meditação, para serenizar ou energizar, para adormecer e para despertar, para incitar força, para injetar poder, etc.
Muitos mudrás são utilizados para enriquecimento estético, simbolizando os mais variados aspectos da natureza, como plantas, flores, animais e até insetos. Outros reverenciam figuras mitológicas e tornam o praticante apto a compreender melhor as características inerentes a esses arquétipos.
Existem também os gestos que atuam no fluxo de energia do praticante, uma vez que geram novos circuitos pelos quais o prána, ou bioenergia, irá circular. O efeito disso é o de estimular os meridianos e centros de força do organismo. Esse estímulo energético contribui diretamente para o despertamento do poder interno.
Estas três características principais dos selos (simbolismo, reflexologia e magnetismo) sempre estão presentes nos 108 mudrás que estudamos, em maior ou menor grau. Existem mudrás predominantemente simbólicos e com muito puco efeito magnético. Geralmente os mais fortes e, por isso, mais utilizados, costumam ter os três aspectos bem pronunciados.
A dança clássica indiana – o Bharatanatyam, diversas escolas de autoconhecimento e até as artes marciais herdaram em seu acervo as técnicas da linguagem gestual. Assim, é relativamente fácil encontrarmos muitas informações sobre o assunto. Por um lado, isso é extremamente positivo. Por outro, imaginamos que um leigo possa cair no erro de misturar escolas e tendências.
É extremamente desaconselhável misturar mudrás de escolas diferentes, muitas vezes antagônicas. O ideal é adotar apenas um sistema e dedicar-se a este com toda a disciplina e lealdade, excluido de suas práticas tudo aquilo que não fizer parte do sistema adotado.
Neste estudo, serão catalogados 108 mudrás. Dez deles são os principais, cinco são os mais conhecidos e além os outros cinco os mais utilizados. Com um acervo vasto como esse, não faz sentido buscar aprender sobre o assunto em outras literaturas.
Mudrá é uma técnica extreamente poderosa. Podemos mesmo dizer que ela pode ser transcendida para se tornar um estado de consciência. Um estado no qual o praticante se identifica integralmente com suas mãos e, com isso, trazer do inconsciente informações, sensações e vivências que se utilizam da técnica, para vir à tona.